INFIDELIDADE

- Sexo fora do casamento ... uma massagem ao Ego -
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Uma relação extraconjugal é uma relação sexual entre duas pessoas das quais, pelo menos, uma é casada, ou tem uma relação duradoura, com outra pessoa. Prefiro usar o termo de relacionamento extraconjugal em vez de infidelidade. Isto porque infidelidade muitas vezes implica um juízo de valor (alguém que não cumpriu um compromisso moral ou que não foi fiel ... fiel de fé...).
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Segundo diversos estudos, 80 a 90% das pessoas, no início do casamento, são absolutamente contra qualquer espécie de "infidelidade". No entanto, com o avançar dos anos, da relação, os valores estatísticos diminuem drásticamente.
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Porque será que surge esta necessidade de se ter relações extraconjugais?
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Diversos estudos têm apontado 3 elementos inerentes e que se revelam fundamentais para a existência da necessidade de um relacionamento extraconjugal: o segredo, a excitação e o risco.
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Segundo Reibstein e Richards "o segredo é o centro da maior parte das infidelidades, enquanto a honestidade é suposto ser o centro da maioria dos casamentos". Na realidade, segundo estes autores, quando o relacionamento extraconjugal é descoberto, tem tendência e acabar, por isso mesmo, porque deixou de ser "segredo".
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É o risco associado à relação extraconjugal que a torna tão excitante. Quem nunca ouviu dizer que "o fruto proibido é o mais apetecido..."?. O casamento pode ser emocional, intimo e sexualmente satisfatório. Mas é familiar e não é proibido. Esta familiaridade pode levar ao tédio, desinteresse e estagnação. A infidelidade surge, assim, alimentada por "sede" de excitação.
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O suspense do segredo e a sua partilha são elementos fundamentais e explicam como, muitas vezes, as relações extraconjugais se prolongam para além do suportável.
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A grande motivação masculina será a sexual, enquanto as mulheres se envolvem, sobretudo por problemas emocionais. Os homens habituam-se a um sexo sem afecto, que se reforça na variedade e na novidade. A mulher, por sua vez, é educada para ser mais selectiva. A sua sexualidade desenvolve-se num contexto emocional.
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Diferentes tipos de relações extraconjugais
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De forma geral, considera-se que a existência de uma relação extraconjugal é o sintoma de que alguma coisa falhou no casamento. Sendo assim, podemos encará-la sob 3 perspectivas diferentes:
  • Uma relação extraconjugal de cariz marcadamente sexual aponta para uma sexualidade pouco gratificante no casamento;
  • Uma relação extraconjugal que se reveste de aspectos emocionais é sinal de que não existe uma boa comunicação e a expressão dos afectos no casamento é deficitária;
  • Se a relação extraconjugal é excitante, muito provavelmente, estamos perante um casamento que se tornou monótono.
Porém, não podemos esquecer que, muitas vezes, uma relação extraconjugal é mais o resultado de crises pessoais do que da problemática conjugal. Inseguranças e baixas de auto-estima sempre se compensaram com sexo e amor. Uma relação extraconjugal é, muitas vezes, uma excelente massagem no ego.
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E se acontecer comigo?
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Muitos casamentos não resistem e a sua dissolução é um processo irreversível. Outros sobrevivem, mas através de um processo de recuperação que, com ou sem ajuda externa*, é sempre doloroso. Sobrevive-se, mas as coisas passam a ser diferentes. Piores? Não necessariamente. Apenas diferentes.
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* Caso sintam que não conseguem ultrapassar a situação sozinhos, e se consideram que ainda vale a pena "lutar" pela relação, ponderem procurar a ajuda de um psicólogo ou sexólogo.
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Texto adaptado do original de Francisco Allen Gomes, Paixão Amor e Sexo, Ed. DomQuixote

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